O segundo dia da D23, convenção da Disney criada para divulgar os produtos do estúdio, foi dedicado aos filmes em live action, que hoje representam marcas poderosas como "Star Wars", os heróis da Marvel e os próprios projetos baseados nas animações e longas clássicos da empresa.
O primeiro filme a ganhar o palco do Centro de Convenções de Anaheim, na grande Los Angeles, foi "Uma Dobra no Tempo", adaptação do livro de Madeleine L'Engle pelas mãos da diretora Ava DuVernay ("Selma").
A cineasta, empolgadíssima, disse que aceitou o blockbuster previsto para março de 2018 para fazer um projeto baseado em diversidade. "É um longa com pessoas que parecem com vocês, com um elenco que reflete o mundo real", disse ela sobre o elenco liderado por uma garota negra (Storm Reid), filha de um casal interracial formado por Chris Pine e Gugu Mbatha-Raw.
A apresentação reuniu o elenco principal inteiro, inclusive o trio de "seres celestiais" formado por Reese Witherspoon, Mindy Kaling e Oprah Winfrey. "Não li a obra original, mas Ava mencionou que a personagem era a criatura mais sábia do universo, um anjo celestial. E eu ainda vestiria figurinos maravilhosos. Quem não diria sim?", perguntou Winfrey.
"Mary Poppins Returns", a sequência do clássico infantil de 1964, veio em seguida para encontrar um salão em polvorosa. A atriz Emily Blunt substitui Julie Andrews no papel icônico da misteriosa e mágica babá inglesa no novo longa, dirigido por Rob Marshall ("Chicago"). "Fiquei aterrorizado. Mas me empolguei, porque não fazia ideia de que havia mais oito livros para utilizar como material", confessou Marshall.
Blunt disse que sua nova versão será mais parecida com a dos livros de P. L. Travers e que evitou se comparar com Andrews. "Ninguém vai conseguir superar Julie Andrews", disse a atriz. "Eu era fã do original desde criança, mas só vi 15 minutos dele quando peguei o papel. É uma homenagem, mas eu precisava achar um espaço para mim e fazer minha versão de Mary Poppins. Ela é mais rude, excêntrica e esquisita."
O segmento dedicado à Disney terminou com as primeiras imagens da versão em "captura de movimentos" de "O Rei Leão". A sequência exibida foi uma versão fotorrealista do nascimento do leão Simba, quase idêntica à do desenho de 1994. É um projeto semelhante ao que Jon Favreau fez ano passado com "Mogli - O Menino Lobo" –o cineasta retorna para essa nova adaptação–, utilizando cenários digitais.Logo depois, foi a hora do momento mais esperado do dia: "Star Wars - Os Últimos Jedi", que estreia em 14 de dezembro no Brasil. O diretor Rian Johnson revelou que está no processo de mixagem de som do novo episódio da saga criada por George Lucas e que "viveu o melhor momento da vida" no comando do filme -o oposto do que aconteceu com "Rogue One" e "Han Solo", que tiveram problemas com seus cineastas.
O elenco subiu ao palco, mas evitou dar detalhes do roteiro. Entre as novidades, a atriz Laura Dern e o ator Benicio Del Toro foram apresentados pela primeira vez. "Passei a vida fingindo estar em 'Star Wars', mas lembrei filmando que não podia ficar fazendo barulhos de lasers com a boca", brincou Dern. "Quando Rian falou o nome do filme, eu só disse: 'Vamos nessa'.", contou Del Toro.
Por fim, veio Mark Hamill, que finalmente reestreia na saga da maneira apropriada, já que seu Luke Skywalker só aparece em "O Despertar da Força" nos últimos segundos do longa. "São tantos elementos inesperados neste filme. O que é ótimo, pois cada vez está mais difícil trazer coisas novas para os longas. É uma mudança no jogo", provoca Hamill.
A plateia estava na expectativa da exibição de um novo trailer de "Os Últimos Jedi", mas Johnson só mostrou um vídeo com os bastidores das filmagens, que entrou online em seguida. Algumas cenas adiantaram detalhes da trama, como os personagens de John Boyega e Kelly Marie Tran disfarçados como oficiais da Primeira Ordem, inúmeras cenas de ação com Rey (Daisy Ridley) e os misteriosos personagens de Dern (de vestido de seda e cabelos roxos) e Del Toro (numa vestimenta que remete aos jedi, mas um pouco sombrio).
A recepção foi um pouco fria por parte do público, mas a Disney consertou tudo com o painel da Marvel. O presidente do estúdio, Kevin Feige, adiantou que "Os Vingadores: Guerra Infinita", previsto para maio do ano que vem, será "o auge dos dez anos da Marvel" e que "todos os heróis estarão no longa." Em seguida, ele chamou 15 atores para o palco, dos novatos Tom Holland (o novo Homem-Aranha) e Chadwick Boseman (Pantera Negra) aos veteranos Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) e Mark Ruffalo (Hulk).
A casa veio abaixo com a exibição do primeiro trailer de "Guerra Infinita". Começa com os protagonistas de "Guardiões da Galáxia" resgatando Thor (Chris Hemsworth) no espaço –provavelmente, depois de "Thor: Ragnarok", que estreia em novembro. Thanos (Josh Brolin), claro, é o grande vilão (e astro) do vídeo, ao ponto de derrubar uma lua em algum planeta. O poderoso alienígena da Marvel é combatido por todos os heróis, inclusive Homem-Aranha, que aparece ferido e usando seu "sentido aranha", e Capitão América, agora sem o uniforme, vestindo preto, de barba no rosto e nenhuma máscara.
A projeção foi aplaudida de pé e arrancou, de longe, a maior reação da plateia nestes dois dias de D23. A Marvel mostrou que a febre dos super-heróis no cinema não deve parar tão cedo. A Disney, que teve os cinco maiores filmes de 2016, agradece. E lucra. Com informações da Folhapress.
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