Uma geração inteira cantou (e ainda canta) a plenos pulmões as
músicas “Superfantástico” e “Lindo balão azul”, dois dos hits mais
emblemáticos da “Turma do Balão Mágico”. O programa, que foi extinto em
1986, completa 35 anos em 2018. Para comemorar, os ex-integrantes
Simony, Mike e Tob programam uma volta aos palcos para celebrar a data.
“Há
cinco anos conversamos sobre o assunto, e este ano a vontade ficou
maior. Então, estamos amadurecendo essa ideia para fazer algo bem
bacana. Temos muita vontade de fazer as grandes capitais com esse show”,
adianta Simony, aos 41 anos.
Não
é um retorno da banda, mas shows pontuais e ainda um DVD, conta Mike,
que hoje se divide entre Londres e Belém, onde possui uma empresa de
exportação de madeiras exóticas de reflorestamento.
“Vendemos 12
milhões de discos na época, tivemos participações de artistas que são a
história da MPB, como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Fábio Jr., Djavan,
Pepeu Gomes, Moraes Moreira... Seria uma forma de homenageá-los também,
cantando músicas deles e nossos grandes clássicos”, diz ele, aos 43
anos.
Mike
conta que conversou muito com o amigo quase irmão Tob no último fim de
semana. “Falamos até de como seria três quarentões no palco cantando
músicas infantis sem cair no ridículo. Óbvio, que não dá para mexer em
músicas que se tornaram uma referência para nossos fãs, mas dá para
fazer releituras”, avalia ele:
“Nunca quisemos fazer um projeto
caça-níquel. Temos profundo respeito pela nossa história. E o bacana é
que agora não estamos correndo atrás, mas as coisas estão acontecendo”.
Todos
são unânimes em dizer que o retorno é um pedido antigo dos fãs que se
tornaram adultos e que passaram a seus filhos (e até netos) o amor pela
turminha.
“Nós queremos muito e estamos procurando um grande
produtor e um diretor musical para fazer tudo isso acontecer. Não vamos
fazer de qualquer jeito. Tem que ser uma coisa linda, que remeta àquela
época, que seja algo grandioso. Não é só fazer um encontro”, observa
Simony.
Jairzinho no projeto
Simony
conta que o amigo e antigo parceiro de programa Jairzinho, que entrou
no Balão em 1984, deve estar no projeto. “Ele hoje mora em Nova York,
mas deve vir para algumas apresentações. Ainda não sabemos se vamos
fazer algo através de um telão ou de um holograma. São coisas que serão
estudadas”, avisa.
Para
Mike, que tem duas filhas, uma de 18 anos e outra de 8, é tempo de
celebrar, inclusive, com músicos novos, amigos de infância. “O Djavan
gravou com a gente, o João, filho dele, é meu amigo desde aquela época e
poderia fazer os violões e guitarras do DVD, por exemplo”, planeja.
Luciana já é avó
Luciana
Benelli, hoje com 39 anos, entrou no programa em 1983 para substituir a
prima Simony, que estava com catapora. Agradou tanto que ficou até o
fim, três anos depois. Quando o programa acabou na Globo, ela e Simony
foram para a extinta Manchete.
“Daí ficamos um tempinho e fomos
substituídas pela Angélica”, recorda ela, que se afastou do mundo
artístico há 20 anos: “Eu era muito tímida, entrei nessa por acaso. Com 3
anos ninguém sabe o que quer fazer da vida”.
Mãe de três filhos e
avó de uma menina, Luciana atualmente gerencia casas lotéricas em Nova
Eiuropa, no interior de São Paulo, onde mora. Os filhos assistem com
orgulho aos programas antigos nos quais a mãe, apenas uma menininha,
atuava: “Minha neta só dorme comigo cantando Ursinho Pimpão para ela”.
Amizade de mais de 30 anos
Tob
e Mike, mesmo separados por um oceano, não se desgrudaram. “Fomos
parceiros, nossa amizade é imensa. Não era só o Balão. Tinha tudo o que
aconteceu nos bastidores também”, conta Mike sobre a amizade dos dois:
“Quando vou para São Paulo fico na casa dele, são muitas afinidades, ele
sempre me deu muita força”.
Mike conta que a filha de 8 anos
ainda não conheceu a faceta artística do pai. “Quis preservá-la de muita
coisa, da minha história mesmo. Um dia, ela estará preparada para
conhecer”, justifica Mike, filho de Ronald Biggs, que se tornou uma
espécie de celebridade por ter participado de um assalto a um trem
pagador em Londres. Ronald morreu em 2013.
Com
Tob, Mike mantém uma estreita amizade. Se falam sempre e acompanham as
novas carreiras. Aos 47 anos, além da música e dos palcos, Tob enveredou
pelas artes plásticas. Ele mantém a Tob Art no Instagram, uma página
onde mostra as gravuras que desenvolve.
"Muitas pessoas viveram
sua infância com a gente, e ainda sentem e nos transmitem através das
redes sociais muito carinho. Seria muito bom poder retribuir esse
carinho, cantando novamente as músicas da época. Fizemos parte de uma
geração, e essa memória não pode ser esquecida, pois fez parte da
essência de muitos adultos de hoje", diz Tob, que está solteiro e não
tem filhos. "Tenho necessidade de poder me expressar através de qualquer
tipo de arte, seja cantando, atuando, e agora pintando. É a melhor
forma que sinto de me realizar".
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